Estou em frente a uma gaiola.Dentro, agitado com minha presença, um lindo pássaro branco salta ligeiro de um poleiro para o outro. São apenas saltos, arremedos de vôo. Suas asas, quando as vejo, são rápidas como raio, e só em pulos maiores, entre poleiros mais distantes. Seu mundo de vôo se restringe ao inicio do termino de suas grades. Como seria bom ver este pássaro voando. Tenho vontade de soltá-lo! Meu telefone toca, e do outro lado da linha minha filha mais nova, recém formada em gastronomia, dando noticias suas direto de Porto Seguro, onde ela e uma amiga estão participando de um festival gastronômico, e pondo a prova,pela primeira vez ao publico seus conhecimentos aprendidos nestes últimos anos de faculdade. Animada, dispara a falar feito metralhadora, não me dando muito tempo para responder ou perguntar como gostaria, mas presente, com um firme “humm..Legal..”. Em determinado momento da conversa ela me pergunta se aquela frase que já me virá proferir serviria também para ela –“Filhos, criamos para o mundo”. Naquele momento percebi que deveria soltar aquele lindo pássaro branco.
